A colonoscopia é um exame cujo objetivo é permitir que o médico possa olhar diretamente para dentro do cólon (intestino grosso) e reto, através de uma micro-câmera que transmite as imagens para um monitor. O exame também permite que o médico introduza uma espécie de pinça, para a coleta de material (biópsias) para o diagnóstico de diversas enfermidades que afetam o intestino grosso e reto, bem como a remoção de lesões pré-malignas sem a necessidade de intervenção cirúrgica.
Indicações:
– Rastreamento de câncer ou pólipos de cólon e reto.
– Investigação de sangramento intestinal
– Investigação de alterações no hábito intestinal (diarréia persistente ou recorrente e constipação).
– Investigação de doença diverticular.
– Investigação de doenças inflamatórias intestinais (Retocolite Ulcerativa, Doença de Crohn, Colites).
– Investigação de anemia por carência de ferro.
– Acompanhamento de pessoas com pólipos intestinais.
– Investigação de dor abdominal crônica e sem causa aparente.
– Confirmação de resultados anormais em exames não invasivos, como radiografias, ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
Prevenção do Câncer colorretal:
O câncer colorretal é a segunda causa mais freqüente de mortalidade por câncer entre homens e mulheres.
A eficiência da colonoscopia na prevenção do câncer pode ser bem compreendida porque os tumores malignos do intestino grosso são causados, em sua grande maioria, pela progressão de lesões benignas e diminutas (os pólipos) que ao longo de 5 a 7 anos sofrem modificações que resultam em crescimento e transformação maligna. Se a remoção destes pólipos (polipectomia) for realizada antes que ocorram estas modificações, então o procedimento é capaz de prevenir a ocorrência do câncer do intestino grosso.
Fig.1: Seqüencia adenoma-carcinoma
A prevalência descrita dos pólipos adenomatosos está na faixa de 18 a 36%.
Após sua ressecção, os pacientes devem integrar-se a um programa de vigilância para seu seguimento, como todos os pacientes com câncer identificado e tratado.
Fig.2: Polipectomia
PREPARO:
Para a realização da colonoscopia, o cólon deve estar completamente limpo para que o médico possa ver a mucosa do cólon sem interferências. O preparo começa com uma dieta livre de alimentos sólidos por 1 a 3 dias; e o uso de laxantes na noite anterior ao exame. O objetivo deste preparo é causar uma diarréia, de modo a que não sobre restos de fezes no cólon, capazes de atrapalhar a colonoscopia. Não programe nada fora de casa na véspera do exame. Você vai precisar ir ao banheiro, freqüentemente, para evacuar.
É importante que você beba bastante líquido na véspera. Os mais indicados são: suco de frutas coado, água, chá comum, isotônicos (Gatorade) e gelatina. Evitar ingesta de refrigerantes, leite ou qualquer líquido de coloração avermelhada.
AVALIAÇÃO MÉDICA ANTES DO EXAME:
Você deve informar ao seu médico quaisquer condições especiais de saúde e todos os medicamentos que toma para que ele possa saber se há alguma droga que deva ser suspensa antes. A maioria dos medicamentos não precisa ser interrompida antes do exame. Também é importante avisar ao médico quanto ao uso de medicamentos à base de ferro, pois estes podem atrapalhar a visualização do cólon.
Drogas que agem na coagulação são as que devem receber maior atenção, já que o médico pode optar por retirar pequenas amostras de tecido intestinal ou pólipos durante a colonoscopia. A aspirina, clopidogrel e os anti-inflamatórios, que são substâncias que aumentam o risco de sangramento por inibirem a ação das plaquetas, devem ser interrompidos antes do exame. Assim como os anticoagulantes, como heparina, Varfarina, Marevan e Coumadin. Nestes casos, a decisão de interromper cabe ao médico, que irá avaliar os riscos e os benéficos.
O EXAME:
Na hora do exame você será colocado de lado e ficará com seus sinais vitais monitorizados. Será realizada sedação pelo anestesista e o exame terá início. O médico ira introduzir o aparelho através do seu ânus, progredindo lentamente pelo reto e depois cólon, permitindo o exame cuidadoso da mucosa. É possível também examinar uma porção do intestino delgado. Nesse trajeto, quaisquer alterações identificadas, pólipos ou lesões suspeitas são removidas pelo médico examinador com auxílio de instrumentos adequados e, em seguida, encaminhadas a estudo histopatológico.
Cólicas e eliminação de flatos podem ocorrer durante uma ou duas hora após o procedimento. Se você ainda estiver cheio de gases ao chegar em casa, andar ajuda a eliminá-los.
TEMPO NECESSÁRIO PARA REPETIR O EXAME:
Uma colonoscopia normal, realizada em condições técnicas adequadas (bom preparo intestinal, exame completo) em um paciente de baixo risco, poderá ser repetida em 5 anos com segurança para o programa de prevenção de câncer. A periodicidade com que a colonoscopia deve ser realizada é individual e depende do resultado do exame prévio e do risco de cada paciente.
São considerados pacientes de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal aqueles que possuem histórico de câncer de intestino em familiares, e aqueles que possuem doenças que predispoem ao câncer de intestino (leia mais no tópico “Câncer Intestinal”).
Pacientes com pólipos neoplásicos colo-retais são considerados de alto risco para o Câncer Colorretal. O tempo para a realização da próxima colonoscopia após ressecção de lesões neoplásicas depende da histologia, tamanho e número dos adenomas.
– Para lesões neoplásicas de menor risco, ou seja, adenomas < 1.0cm, com histologia favorável e em número menor que três, recomenda-se colonoscopia de controle, após ressecção completa em exame inicial, preferencialmente em 05 anos.
– Em pacientes com adenoma avançado ou de maior risco (presença de mais de 3 adenomas) com ressecção completa em exame inicial recomenda-se intervalo de 3 anos para colonoscopia de controle.
Para lesões sésseis ressecadas em fatias ou pólipo maligno ou com displasia de alto grau recomenda-se controle em 3 a 6 meses.