Fissura Anal

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17/05/2017

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A fissura anal é uma doença muito comum nos ambulatórios de coloproctologia.

É uma pequena úlcera linear, um corte ou ruptura do revestimento do canal anal. Atinge mais

frequentemente os adultos jovens, podendo ocorrer em qualquer faixa etária.

SINTOMAS:

O sintoma mais comum é a dor na região anal, durante e após as evacuações, acompanhado de sangramento que pode ser visível no vaso sanitário. Coceira e inchaço podem surgir com o passar do tempo.

Devido a este quadro doloroso o paciente muitas vezes posterga a evacuação, advindo como conseqüência o endurecimento do bolo fecal e a sua expulsão levará a uma maior lesão tecidual e maior dor local. Muitos pacientes entram neste ciclo vicioso, adquirindo verdadeiro trauma psicológico com o ato evacuatório.

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A fissura anal tem a aparência de um corte ou laceração na região do ânus. Se você imaginar o ânus como um relógio de ponteiros, com o paciente deitado de barriga para cima, as fissuras costumam ser uma laceração na direção vertical, que ocorre às 6h ou às 12h, como nas fotos abaixo. Fissuras fora desta localização costumam ser causadas por alguma outra doença.

A fissura anal pode se manifestar de forma aguda ou crônica. Na fase aguda a dor pode ser intensa e levar a dificuldade para evacuar ou bloqueio da defecação. As fissuras anais crônicas são aquelas que duram mais de 6 semanas e não cicatrizam sem tratamento médico. Outra manifestação possível nas fissuras é a infecção, podendo levar a abscesso anal.

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CAUSAS:

Dentre os fatores predisponentes, destacam-se o trauma do canal anal, e  a hipertonia do esfíncter do ânus, ambas podendo ocorrer tanto pela defecação de fezes endurecidas, na prisão de ventre (constipação intestinal) quanto na diarréia.

Outras doenças podem estar associadas ao quadro: retocolite ulcerativa, doença de Crohn, tuberculose e doenças sexualmente transmissíveis (sífilis, herpes, linfogranuloma venéreo, cancro mole, SIDA, citomegalovirose, etc) assim como o câncer de canal anal. Por este motivo é de suma importância o exame realizado pelo especialista para a elucidação diagnóstica.

TRATAMENTO:

O tratamento da fissura anal objetiva a diminuição do traumatismo defecatório, o alívio dos  sintomas dolorosos e a reversão da hipertonia esfincteriana.

A obstipação, se presente, deverá ser tratada com vista a minimizar o traumatismo da passagem das fezes pelo canal anal, devendo-se ainda prevenir o seu desenvolvimento secundário à inibição da evacuação induzido pela dor. Recomenda-se dieta rica em fibras (frutas, vegetais, cereais) e pobre em alimentos gordos e processados, acompanhada de um aumento da ingestão de água. Fibras vegetais como o farelo de trigo ou mucilagens várias (psyllium, inulina) têm um comportamento hidrofílico que permite formar um bolo fecal mais mole e volumoso e, por conseguinte, possibilitam uma mais fácil expulsão. Importante também, é a ingesta de quantidade suficiente de água.

Medicações tópicas especiais que reduzem temporariamente a contratura do esfíncter interno do ânus promovendo a melhora da vascularização local e consequentemente a cicatrização da fissura devem ser prescritas, assim como analgésicos e banhos de assento.

As fissuras que demoram em cicatrizar precisam ser reavaliadas pelo coloproctologista e alguns casos podem necessitar de cirurgia.